"O corpo da mulher brasileira é visto como uma propriedade"

"O corpo da mulher brasileira é visto como uma propriedade"
Ana Paula Costa fotografada na Casa do Brasil de Lisboa, com sede no Bairro Alto

Ana Paula Costa é investigadora no Instituto Português de Relações Internacionais, estuda a integração prática de políticas públicas e foi o trabalho académico que a levou a tirar conclusões sobre a integração da comunidade brasileira em Portugal: "Envolve preconceito, xenofobia, mas também falta de recursos do SEF", conta.

A cientista política é também membro da direção Casa do Brasil de Lisboa e é lá que chegam vários pedidos de ajuda: "Desde violência contra a mulher, acesso aos direitos, casos sobre sobre o sotaque... Por vezes ouve-se: 'Quando você vai aprender a falar português de Portugal?' e as pessoas sentem-se punidas por causa disso, até por professores", revela.

Em entrevista à Gender Calling, Ana Paula faz um retrato sobre o que é ser brasileira em Portugal, sobre a falta de representação ("Da minha turma de doutoramento, eu sou a única mulher brasileira negra"), sobre a sexualização dos corpos e sobre a integração em solo português: "Portugal é acolhedor mas muitas vezes essa frase é usada para mascarar os problemas", defende.